domingo, 28 de outubro de 2007

ALMA...




Alma é um termo que deriva do latim Ănima. Este, refere-se ao princípio que dá movimento ao que é vivo, o que é animado ou o que faz mover.





De Ănima, derivam diversas palavras tais como: animal (em latim, animalia), animador, ...






Filosófica e religiosamente, é definida como a parte espiritual do Homem, que se julga continuar viva após a morte do corpo, podendo o seu destino ser a beatitude celestial, uma temporada no purgatório ou o tormento eterno.





Segundo este ponto de vista, a morte é considerada como a passagem da alma para a vida eterna, no domínio espiritual. A grande maioria das religiões, cristãs e não-cristãs, concorda em linhas gerais com esta definição. O conceito de uma alma imortal é muito antigo.





De facto, as suas raízes remontam ao princípio da história humana. O hinduísmo crê na transmigração da alma (princípio individual - âtman) ao contrário do budismo, que não crê numa alma como é entendida no ocidente, mas somente numa sequência de um momento de aparecimento que dá origem ao seguinte, de forma que a morte representa simplesmente uma nova forma de aparecimento, como ser humano ou animal, no céu ou no inferno.





Por isso se fala no budismo de renascimento e não de reencarnação.











Conceitos Diferentes






As conotações que o termo "alma" geralmente transmite à mente da maioria das pessoas provêm primariamente, não do uso dos escritores bíblicos, mas da antiga filosofia grega.





Os antigos escritores gregos aplicavam psy.khé de vários modos, e não eram coerentes, as suas filosofias pessoais e religiosas influenciando seu uso do termo.





Segundo os léxicos grego-inglês, fornecem definições tais como "o Eu consciente" ou "ser vivente (humano ou animal)". Até mesmo em obras gregas não-bíblicas, o termo era usado para animais. O termo hebraico para alma é né.fesh. Num sentido literal, exprime a idéia de um "ser que respira" e cuja vida é sustentada pelo sangue.
Os termos das línguas originais (hebraico: né·fesh; grego: psy·khé), segundo usados nas Escrituras, mostram que a “alma” é a pessoa, o animal ou a vida que a pessoa ou o animal usufrui.






As conotações que a palavra portuguesa “alma” geralmente transmite à mente da maioria das pessoas não estão de acordo com o significado das palavras hebraica e grega usadas pelos inspirados escritores bíblicos.
A Bíblia não diz que temos uma alma. ‘Nefesh’ é a própria pessoa, a sua necessidade de alimento, o próprio sangue nas suas veias, o seu ser.” — The New York Times, 12 de outubro de 1962.






Qual é a origem do ensino de que a alma humana é invisível e imortal?
A dificuldade reside em que os significados popularmente atribuídos à palavra portuguesa “alma” provêm primariamente, não das Escrituras Hebraicas ou das Gregas Cristãs, mas da antiga filosofia grega, na realidade, do pensamento religioso pagão.





Platão, o filósofo grego, por exemplo, cita Sócrates como dizendo: “A alma . . . se ela partir pura, não arrastando consigo nada do corpo, . . . parte para o que é como ela mesma, para o invisível, divino, imortal e sábio, e quando chega ali, ela é feliz, liberta do erro, e da tolice, e do medo . . . e de todos os outros males humanos, e . . . vive em verdade por todo o porvir com os deuses.” — Phaedo (Fédon), 80, D, E; 81, A.
Em contraste directo com o ensino grego sobre a psy·khé (alma) como imaterial, intangível, invisível e imortal, as Escrituras mostram que tanto psy·khé como né·fesh, conforme usadas com referência a criaturas terrestres, referem-se àquilo que é material, tangível, visível e mortal.
A New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) diz: “Nepes [né·fesh] é um termo de muito maior extensão do que nossa ‘alma’, significando vida e as suas várias manifestações vitais: respiração, sangue, desejo.





A alma no A[ntigo] T[estamento] significa, não uma parte do homem, mas o homem inteiro — o homem como ser vivente.





Similarmente, no N[ovo] T[estamento] significa vida humana: a vida duma entidade individual,consciente.





A tradução católica romana, The New American Bible (A Nova Bíblia Americana), no seu “Glossário de Termos de Teologia Bíblica”, diz: “No Novo Testamento, ‘salvar a alma’ não significa salvar alguma parte ‘espiritual’ do homem, em contraste com o seu ‘corpo’ (no sentido platónic), mas a inteira pessoa, com ênfase no facto de que a pessoa está viva, desejando, amando e querendo, etc., em adição a ser concreta e física.” — Edição publicada por P. J. Kenedy & Sons, Nova Iorque, 1970.
Né·fesh evidentemente provém duma raiz que significa “respirar”, e, num sentido literal, né·fesh poderia ser traduzido como “alguém que respira”.





O Lexicon in Veteris Testamenti Libros (Léxico dos Livros do Velho Testamento; Leiden, 1958, p. 627), de Koehler e Baumgartner, a define como segue: “a substância respiradora, que torna o homem e o animal seres viventes, a alma (estritamente distinta da noção grega da alma), cuja sede é o sangue. . . alma = ser vivente, indivíduo, pessoa.”
Quanto à palavra grega psy·khé, os léxicos grego-inglês fornecem definições tais como “vida” e “o eu consciente ou personalidade como centro de emoções, desejos e afeições”, “um ser vivente”, e mostram que até mesmo em obras gregas não-bíblicas o termo era usado “para animais”.





Naturalmente, essas fontes, que lidam primariamente com os escritos gregos clássicos, incluem todos os significados que os filósofos gregos, pagãos, davam à palavra, inclusive o de “espírito que partiu”, “a alma imaterial e imortal”, “o espírito do universo” e “o princípio imaterial do movimento e da vida”. Evidentemente, porque alguns dos filósofos pagãos ensinavam que a alma emergia do corpo na morte, o termo psy·khé também era aplicado à “borboleta ou mariposa”, criaturas estas que passam por uma metamorfose, transformando-se de lagarta em criatura alada.
Os antigos escritores gregos aplicavam psy·khé de vários modos, e não eram coerentes.





Sobre Platão,a cuja filosofia podem ser atribuídas as ideias comuns sobre a palavra portuguesa “alma” (como geralmente se reconhece), declara-se: “Ao passo que às vezes ele fala de uma das [supostas] três partes da alma, a ‘inteligível’, como necessariamente imortal, ao passo que as outras duas partes são mortais, ele também fala como se houvesse duas almas em um só corpo, uma imortal e divina, e a outra mortal.”
Em vista de tal incoerência dos escritos não-bíblicos, é essencial deixar que as Escrituras falem por si, mostrando o que os escritores inspirados queriam dizer ao usarem o termo psy·khé, bem como né·fesh. Né·fesh ocorre 754 vezes no texto
massorético das Escrituras Hebraicas, ao passo que psy·khé aparece sozinha 102 vezes no texto de Westcott e Hort das Escrituras Gregas Cristãs, perfazendo um total de 856 ocorrências. Esta freqüência de ocorrências torna possível um conceito claro do sentido que tais termos transmitiam à mente dos inspirados escritores bíblicos e o sentido que seus escritos devem transmitir à nossa mente. Um exame mostra que, embora o sentido destes termos seja amplo, com diferentes matizes de significado, entre os escritores bíblicos não havia nenhuma incoerência, confusão ou desarmonia quanto à natureza do homem, tal como a existente entre os filósofos gregos do chamado Período Clássico.






Segundo o conceito católico, a alma é criada por Deus e implantada no corpo por ocasião da concepção. Esta doutrina, é um dos fundamentos da filosofia e teologia cristãs. Mas, a aceitação de filosofias gregas significava que abandonava o conceito de que "o homem veio a ser [e não ter] uma alma vivente." Segundo a Enciclopédia Judaica, "a crença na imortalidade da alma chegou aos judeus através do contacto com o pensamento grego e principalmente através da filosofia de Platão (427-347 a.C.), o seu principal expoente".





A partir de meados do 2.° Século d.C., os primitivos filósofos cristãos adoptaram o conceito grego da imortalidade da alma.
Na doutrina
espiritualista, o ser humano é um espírito preso temporariamente num corpo material. A este estado temporário, é denominado de alma.















HISTÓRIA EVOLUTIVA DO CONCEITO










Chegou uma altura na história da humanidade em que o Homem começou verdadeiramente a assumir a existência de uma alma.
A Alma sempre foi motivo de controvérsia entre as diferentes denominações religiosas e crenças, mesmo porque nunca foi totalmente compreendida, explicada ou observada. Antes que o homem concluísse que a possibilidade de uma alma em evolução em conjunto com a mente de um indivíduo e com a paternidade de um espírito divino, julgou-se que ela residia em diferentes órgãos físicos – nos olhos, no fígado, nos rins, no coração e, posteriormente, no cérebro. Os selvagens associavam a alma ao sangue, à respiração, às sombras e aos reflexos do seu eu na água.
Mais tarde os hindus conceberam o atman. Os mestres hindus realmente aproximaram-se duma avaliação da natureza e da presença de um espírito, mas houve uma falha provável quando não distinguiram a co-presença da alma em evolução, potencialmente imortal.
Os chineses, contudo, reconheceram dois aspectos num ser humano, o yang e o yin, a alma e o espírito.
Os egípcios e muitas tribos africanas também acreditavam em dois factores, o ka e o ba; e não acreditavam geralmente que a alma fosse pré-existente, apenas o espírito. Os antigos habitantes das terras que circundavam o vale do Nilo, acreditavam que todo o indivíduo favorecido tinha recebido à nascença, ou pouco depois, um espírito protector a que chamavam ka. Eles ensinavam que esse espírito guardião permanecia com o sujeito mortal ao longo da vida e que passava, antes dele, para o estado futuro. Nas paredes de um templo em Luxor, onde está ilustrado o nascimento de Amenhotep III, o pequeno príncipe, está retratado nos braços do deus do Nilo e, próximo a ele, está uma outra criança, idêntica ao príncipe na aparência, que é o símbolo daquela entidade a que os egípcios chamavam ka. Essa escultura foi terminada no décimo quinto século antes de Cristo. Julgava-se que o ka era um género de espírito superior, que desejava guiar o mortal ligado a ele para caminhos melhores na vida temporal; porém, mais especialmente, ele desejava influenciar a sorte do sujeito humano na próxima vida. Quando um egípcio desse período morria, era esperado que o seu ka estivesse a aguardar por ele do outro lado do Grande Rio. A princípio, supunha-se que apenas os reis tivessem kas, mas afinal, acreditou-se que todos os homens rectos os possuíam.
Toda esta rica ideologia cresceu, fomentando as raízes que derivaram posteriormente nos conceitos actuais da alma, base de muitas religiões cujos seguidores acreditam possuir almas, ou serem acompanhados por elas e mesmo até serem eles próprios as almas.

























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